quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Dólar pode perder lugar de principal moeda de reserva, diz Banco Mundial


O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse nesta segunda-feira que os Estados Unidos não deve tomar como garantido o papel do dólar como principal reserva mundial, uma vez que, no futuro, haverá cada vez mais alternativas à moeda americana. 

"Os Estados Unidos cometeriam um erro se tomassem como garantido o lugar do dólar como a moeda predominante de reserva", afirmou, em discurso feito na Escola Paul H. Nitze de Estudos Internacionais Avançados, da Universidade Johns Hopkins. "Olhando adiante, haverá cada vez mais outras opções ao dólar."

Ele destacou que o euro poderá se tornar cada mais aceitável, dado o desempenho recente do BCE (Banco Central Europeu). "A influência do euro vai depender em parte da competitividade dos países da União Europeia nos próximos anos e da profundidade e da liquidez de seus mercados financeiros (...) A capacidade do euro oferece uma alternativa respeitável caso o dólar enfraqueça", afirmou.

Além disso, ele destacou o empenho da China em internacionalizar o yuan. "A China está facilitando para seus parceiros comerciais a realização de negócios com o yuan (...) Deveremos ver essa mudança nos investimentos globais também: pela primeira vez neste mês, a China emitiu títulos soberanos em yuan para investidores estrangeiros."

Ele destacou ainda que o governo chinês também tem facilitado para que empresas estrangeiras tenham ações listadas no mercado financeiro do país, "um passo para tornar Xangai um centro financeiro internacional". "Como grande importadora de commodities, pode-se imaginar novos índices de referência estabelecidos em Xangai ou algum outro porto chinês, talvez em yuan."

Zoellick disse que a moeda americana continuará uma das principais no mundo. "Mas a sorte do dólar dependerá muito das escolhas americanas. Os EUA resolverão seu endividamento sem causar inflação? O governo americano vai conseguir estabelecer disciplina sobre gastos e seu deficit orçamentário? O país vai conseguir restaurar um setor financeiro saudável (...) sem produzir o mesmo risco de grandes bolhas?"

"O valor do dólar vai depender ainda da medida em que vejamos a volta de uma economia dinâmica e inovadora no setor privado", afirmou.
 

Fonte: www.folha.uol.com.br

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